A tua arte é o fugaz sopro Divino
Que tudo anima e faz estremecer!
É o sangue, nas veias a correr,
A água do regato cristalino!
É luz solar do raio matutino,
Clarão crepuscular do entardecer,
É tudo quanto existe a preencher
A pintura imprevisível do destino!
Tua arte tem vida e sentimento,
Conhece o cuidar de quem a trata;
No vigor e no fruto se retrata
O génio ou amor do tratamento!
Se maior e mais belo crescimento,
A vista nos alegra: é sempre grata
A cor esmeraldina, ou ouro, ou prata,
Ou da rubra flor que ondula o vento
Tu procuras neste Mundo um mundo novo
Que seja mais perfeito que o presente,
Que seja mais humana toda a gente
Na tua arte que se gera para este povo!
Na tua pintura o germe exemplifica
Os sábios conteúdos de cor mimosa,
Que tudo renova e multiplica
Nas imagens da paleta portentosa!
Formas, cores, imagens no sentir do povo
É talvez a mensagem mais eficiente,
Que há milénios avança lentamente
E em ti é constante na Vida, é seu renovo.
Isabel Zamith na pintura sabe arquitetar
Novo mundo cromático que tem coração:
Onde hinos de encanto nos vêm afagar
Na Beleza, no Amor e na sublime Sedução!
Autor: Manuel Bontempo / 2007
"Isabel Zamith e a sua arte"
Sonho que embriaga
Enquanto se afaga
Com o pensamento;
Arte de espuma
Vogando na bruma
Ao sabor do talento!
Ilusão de luz
Onde nos conduz
Em seu pincelar;
Artista alada
Que, embora acordada
Concebe a sonhar!
Ilusão de mundos
Que uns olhos profundos
Mostram num sorriso;
Bela sinfonia
Onde a fantasia
Toca de improviso!
Raio de luar
Que faz cintilar
O marco da esperança;
Este marco certo
Que prende tão perto
E jamais se alcança!
Oh! Ilusão, ilusão
Arte cristalina
Que tens no coração
Com amor desde menina!
Pintura sempre a cativar
Nesta vida tão fugaz,
Tem o condão de nos agarrar
Na BELEZA que nos satisfaz!
Autor: Manuel Bontempo
26 de maio de 2007
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